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quarta-feira, 15 de março de 2017

Geração Delivery - J.B. Rodrigues

Uma reflexão sobre a tendência destes dias, nos quais, os jovens procuram soluções prontas e rápidas associados ao comodismo paterno.



“Pra não dizer que não falei das drogas”, escrito por Waldo Hoffman no livro GERAÇÃO DELIVERY - ADOLESCER NO MUNDO ATUAL, reflete um drama comum em muitas famílias, quando o narcisismo parental, “abandonado tempos atrás”, como diz Freud, é projetado ou reproduzido nos filhos. Na tentativa de superproteger os filhos, e realizar neles os anseios narcisistas do passado, adolescentes são privados do saudável exercício da luta pela vida. Desconhecem as provações do esforço para conquistar sua autonomia tornando-se “geração delivery”, como sugere o autor, para descrever uma geração que recebe tudo de “mão beijada”.
Adolescentes que não são devidamente preparados para a dureza da vida, hão de encontrar nas drogas o caminho mais fácil. É um caminho mais fácil fazer uso de Ritalina – tão comum ultimamente, para enfrentar uma prova de vestibular. É um caminho mais fácil fumar um baseado para enfrentar as frustrações da vida. É um caminho mais fácil apelar para drogas mais pesadas a fim de evitar o campo de batalha. Isto é, também, o reflexo da acomodação paterna diante do trabalho de educar. Permissividade é uma maneira cômoda de evitar o estresse em educar. Dizer não, muitas vezes custa um preço que não estamos dispostos a pagar. Mas a conta vem, enfim, cobrando altos juros na vida da família. Vale a pena pagar pra ver?

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